segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Implicações Sociais

    É de prever que a infertilidade cause impactos tanto na vida da mulher como do homem que a acompanha. Este assunto mobiliza a mulher de tal maneira que acaba por dominar a sua mente e desencadeia um vasto leque de respostas emocionais.  

    Relativamente aos sentimentos que se referem à própria mulher, é de salientar uma predominância excessiva de culpa, onde as mulheres muitas vezes chegam a sugerir o divórcio achando que desta forma libertam os seus maridos para procurarem uma nova companheira que lhes possa dar aquilo que elas não podem.  Muitos casais sofrem um afastamento, isolando-se e deixando de dialogar para minimizar a dor. Para muitos casais, ter um filho é o objetivo primário das suas vidas conjuntas, e a incapacidade de tal acontecer pode afetar aquilo que une o seu relacionamento. Por outro lado há casais que se unem ainda mais, protegendo-se e apoiando-se um ao outro, fortalecendo desta forma a sua relação.  



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Afastamento sofrido no casal
    Depois, fazendo referência a sentimentos relativos a familiares e amigos, é muito comum o isolamento social por parte das mulheres, porque sentem necessidade de guardar a raiva sofrimento para elas, muitas vezes influenciadas pela vergonha. Isto também pode ocorrer pelo facto do casal pensar que ninguém conseguiria entender a extensão da sua dor emocional. Contrariamente, existem casais que preferem partilhar os seus problemas, pois dessa forma sentem que não estão sozinhos e o apoio dos mais chegados ajuda-os a continuar a enfrentar o assunto.  

    São muitos os casos de mulheres que têm crises causadas pela infertilidade. Sentem-se injustiçadas e os sentimentos de revolta e de preocupação prevalecem, criando perguntas na mente da mulher como "Porquê comigo?", "O que é que eu fiz de mal para merecer isto?" ou "Será que não iria ser boa mãe?". 

    É também importante referir o sentimento de inveja e isso costuma acontecer quando observam amigas com filhos, ao verem crianças com os seus pais na rua ou uma grávida a passar por elas, por exemplo.  

    O relacionamento sexual entre o casal também é bastante afetado. Este acaba por se tornar mecânico, fazendo com que ambos deixem de se sentir sexualmente satisfeitos e realizados. Começa a existir falta de prazer, de desejo, de espontaneidade e disfunção sexual.


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Relacionamento sexual afetado

Gravidez Ectópica


O que é? 


   O inicio normal de uma gravidez comum é a fecundação do óvulo, e nesse caso o óvulo fecundado prende-se ao endométrio (parede interna do útero). No caso da gravidez ectópica, o zigoto não percorre o seu habitual caminho até ao endométrio e acaba por se instalar noutra parte do útero. 
   Em 95% dos casos de gestação ectópica, o ovo acaba por se alojar precocemente na parede de uma das trompas de falópio (tubo que liga os ovários ao útero) a este tipo de gravidez ectópica chama-se gravidez tubária. Nos 5% restantes, a implantação do ovo ocorre noutras estruturas, como ovário, colo do útero ou cavidade abdominal. 
 A gravidez ectópica é uma gestação sem futuro. O ovo além de não se conseguir desenvolver normalmente fora do útero, também pode causar graves lesões nas estruturas maternas que o rodeiam. Se não for tratada, a gravidez ectópica apresenta elevado risco de morte (por meio de hemorragias). O tratamento precoce de uma gravidez ectópica pode ajudar a preservar a fertilidade. 
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Causas 


   Danos nas trompas de falópio são uma das causas mais comuns para que aconteça uma gravidez ectópica. Um óvulo fecundado pode ficar estacionado numa área danificada de uma trompa de falópio e começar a desenvolver-se lá. Os danos mais comuns nas trompas de falópio que eventualmente pode levar a uma gravidez ectópica são: 
  • Doença inflamatória pélvica, que pode surgir a partir de uma infecção por clamídia ou gonorreia
  • Tabagismo;
  • Inflamações e cicatrizes das trompas de falópio, decorrentes de algum tipo de condição médica ou cirurgia anterior; 
  • Anterior gravidez ectópica numa trompa de falópio. 
   Contudo as causas de uma gravidez ectópica não são assim tão claras em todos os casos. Os médicos pensam que, as seguintes condições podem ter algum tipo de ligação com uma gravidez anormal: 
  • Factores hormonais; 
  •  Anomalias genéticas;
  • Defeitos congénitos; 
  • Condições médicas que afetam a forma e condição das trompas de falópio e órgãos reprodutores. 

Sintomas 


   No inicio pode ser difícil reconhecer uma gravidez ectópica, já que os primeiros sinais são parecidos com os que normalmente se associa a uma gravidez normal tais como: 
  • Atraso na menstruação; 
  • Seios sensíveis e inchados; 
  • Fadiga; 
  • Náusea. 
   Os primeiros sinais de uma gravidez ectópica podem incluir: 
  • Hemorragia vaginal (por norma leve); 
  • Dor abdominal ou dor pélvica, geralmente acontece de seis a oito semanas após a ausência de menstruação.
   Conforme a gravidez ectópica progride, outros sintomas podem desenvolver-se, incluindo: 
  • Dor abdominal ou dor pélvica, que pode piorar com o movimento ou esforço. Normalmente começa bruscamente de um lado e depois espalha-se por toda a região; 
  • Hemorragia vaginal moderado ou intenso; 
  • Dor durante a atividade sexual ou durante um exame pélvico; 
  • Tonturas, vertigens ou desmaio, causada por uma hemorragia interna; 
  • Dor no ombro causada por uma hemorragia no abdómen sob o diafragma. O hemorragia irrita o diafragma e é sentido como uma dor no ombro. 


Diagnóstico e Tratamento 


   Para fazer o diagnóstico de uma gravidez ectópica será necessária a realização de alguns exames, por exemplo um exame pélvico, ecografia e analises ao sangue.   
   Como já foi referido anteriormente nenhuma gravidez ectópica tem futuro, e o risco de morte da mãe, se não tratada, é muito elevado. Por isso, todas as modalidades de tratamento visam a retirada do embrião antes que surjam maiores complicações. 
   Existe o tratamento cirúrgico e o tratamento com medicamentos para gestação ectópica. 
1- Tratamento cirúrgico: 
   Historicamente o tratamento da gravidez ectópica sempre foi feito com cirurgia para remoção do embrião mal implantado. Atualmente, a cirurgia ainda é o tratamento de escolha para cerca de 60% dos casos. 
   Na maioria das situações, a cirurgia é feita por via laparoscópica. O objetivo é remover o embrião e reparar a área danificada da trompa. 
   Nos casos de grande emergência, com volumosa hemorragia ou rutura da trompa, a cirurgia aberta tradicional é a forma mais indicada. Nem sempre é possível reparar a trompa, e a mesma pode ter que ser removida para controle da situação. Mesmo com a retirada da trompa, a mulher pode engravidar posteriormente, caso a trompa do outro lado esteja saudável. 
2- Tratamento com medicamentos: 
 Se a gravidez ectópica for diagnosticada precocemente, é possível administrar medicamentos que impeçam o desenvolvimento do embrião, fazendo com que o mesmo regrida. O medicamento habitualmente usado é o metotrexato por via intra muscular em dose única. Atualmente, cerca de 1/3 das gestações ectópicas são tratadas com este medicamento. 
   As indicações para o tratamento medicamentoso são: um embrião com menos de 4 cm, ausência de batimento cardíaco no feto, ausência de sinais de rutura da trompa e beta HCG com valor menor que 5000 mIU/mL. 
   Após a injeção, o obstetra acompanha a gestante com dosagens seguidas do beta HCG.     O objetivo é que os valores comecem a cair e cheguem a zero. Se após a primeira injeção não houver resposta, uma segunda dose de metotrexato pode ser administrada. 


Fontes


Catarina Silva
Cláudio Dias (tratamentos)